Cada dois dias um foco do mosquito da dengue foi encontrado neste início do ano, em Blumenau
Publicado em 31/01/2019 07:54
Saúde

O período do ano é propício. O forte calor ao longo do dia provoca as tradicionais chuvas de verão. Depois delas, as poças e o acúmulo de água em lugares impróprios. Se para as pessoas representa um refresco ao calorão, para o mosquito pode ser o momento ideal de proliferação, sobretudo para o Aedes aegypti. 

 

O número de focos do inseto em Blumenau chegou a 10 somente nos primeiros 23 dias deste ano. É o dobro do registrado no mesmo período de 2018, quando o levantamento apontou cinco casos.

 

Os dados são da Secretaria Municipal de Promoção da Saúde e representam que em 2019 ao menos um novo foco foi identificado a cada dois dias. Eles se concentram nos bairros Vorstadt, Velha, Itoupavazinha, Salto Weissbach e Vila Nova. O mosquito é transmissor de doenças graves como dengue, zika e chikungunya e por isso preocupa as autoridades.

 

Segundo a coordenadora do Programa de Combate à Dengue na cidade, Eleandra Casani, o cenário é reflexo da infestação no litoral catarinense. De acordo com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) de Santa Catarina, Balneário Camboriú acumula somente neste ano 136 focos. Na sequência aparecem Itapema, com 114, e Itajaí, com 112. 

 

Os números se aproximam ao registrado no decorrer de todo o ano passado em Blumenau, quando foram 169 focos. As três cidades litorâneas só perdem para Chapecó, no Oeste do Estado, em quantidade de focos, que contabilizou 219 somente neste início de ano.

 

Para Eleandra, o desafio é fazer com que os moradores entendam o quão fácil é o processo de reprodução do mosquito e como é rápida a propagação. Por isso, é enfática quanto à eliminação de qualquer possível criadouro. Desde a aparentemente inofensiva folha de coqueiro no quintal, aquela casca de ovo na horta, uma tampa de garrafa na rua.

 

O mosquito se reproduz em um prazo de sete dias, mas o ovo dele pode ficar inativo por até um ano e dois meses. A partir do momento que tiver contato com água em sete dias teremos o mosquito voando – explica.

 

As bromélias são outro problema, segundo a coordenadora. Ela aponta que 16% dos focos do mosquito da dengue no Vale do Itajaí foram localizados neste tipo de planta. Atualmente, Blumenau conta com 1.650 armadilhas para o Aedes aegypti. Todas passam por vistorias semanais de controle. 

 

Além disso, existem outros 358 pontos estratégicos, vistoriados quinzenalmente. Quando um desses locais tem a presença do mosquito, o trabalho de rastreamento é ampliado em um raio de 360º no alcance de 300 metros. Só dessa forma é possível saber para que lado está o ponto gerador e eliminá-lo.

 

 

Blumenau não registro de casos da doença transmitidas

 

Até o momento, Blumenau não tem nenhum caso de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti. No ano passado foram três: dois de chikungunya e um dengue. Todos considerados importados, de pessoas que foram contaminadas fora do Estado. Nestes casos, no Rio de Janeiro e Paraíba. 

 

Este ano, porém, a maior preocupação é com quem está no Litoral de Santa Catarina. As pessoas devem redobrar o uso de repelente e também fazer uma vistoria no carro para ver se não está trazendo o mosquito na bagagem.

 

É importante que quem vai ou está no litoral fique atento. Muitas dessas cidades estão infestadas pelo mosquito e precisam cuidar para não trazê-lo, porque se ele chegar aqui e encontrar um local com acúmulo de água ele vai se proliferar – alerta.

 

Dicas e cuidados

 

Confira orientações para evitar a proliferação do Aedes aegypti:

 

  • Evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usá-los, coloque areia até a borda
  • Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo
  • Mantenha lixeiras tampadas
  • Deixe os depósitos d’água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água
  • Plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água
  • Trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana
  • Mantenha ralos fechados e desentupidos
  • Lave com escova os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana
  • Retire a água acumulada em lajes
  • Dê descarga, no mínimo uma vez por semana, em banheiros pouco usados
  • Mantenha fechada a tampa do vaso sanitário
  • Evite acumular entulho, pois ele pode se tornar local de foco do mosquito da dengue
  • Fonte: Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina

 

Denuncie

• Caso você identifique a existência de possíveis focos de Aedes aegypti, você pode entrar em contato com a Secretaria Municipal de Promoção da Saúde, através da Ouvidoria, pelo telefone 156, opção 2.

 

 

Fonte: nsc/Por Talita Catie | Fotos: Patrick Rodrigues

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