Não há uma explicação simples e única para os 35 feminicídios registrados este ano em Santa Catarina. Também não há dúvidas que o trágico panorama requer novas e imediatas ações de prevenção e preservação de vidas.
Os mecanismos devem estimular a conscientização e a coragem por denúncias. É preciso ainda maior rigor na aplicação e fiscalização de medidas protetivas.
Políticos recém eleitos poderiam fazer jus à confiança das urnas e priorizar esta realidade para fortalecer mobilizações.
Morta durante fisioterapia
Maria Aparecida de Pinho Fagundes, 50 anos, foi a mais recente vítima ao ser golpeada com um canivete pelo ex-marido quando fazia fisioterapia.
O crime aconteceu na manhã de segunda-feira, em Santo Amaro da Imperatriz. Delco Fagundes, 51 anos foi preso em flagrante pela Polícia Militar na frente do estabelecimento. Ele não aceitava o fim do relacionamento. Na delegacia, ficou em silêncio.
Vítima já havia sofrido violência
Reportagem da colega Graciela Andrade, exibida no Bom Dia Santa Catarina, mostrou que a vítima já havia sofrido violência anteriormente pelo marido, que não havia denúncia e que ninguém acreditava que o homem chegaria ao ponto de matá-la.
Novamente, ficou evidente o temor pela queixa contra o agressor. A repetição dos crimes revela que dificilmente a violência cessará enquanto houver o receio de romper esse terrível ciclo de ameaças e agressões.
– Vínhamos numa decrescente, mas os últimos casos igualaram as estatísticas do ano passado. Pelo estudo de cada caso podemos planejar ações futuras – afirma a delegada Patrícia Zimmermann D'Ávila, coordenadora das Delegacias de Atendimento à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMIs).
Feminicídios no Estado de janeiro a outubro:
2018: 35
2017: 35
2016: 40
2015: 38
Em Florianópolis
2018: 4
2017: 2
2016: 3
2015: 1
Fonte: Secretaria de Segurança Pública | Foto: Divulgação
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