A entrada de navios com 336 metros na nova área de manobras de Itajaí e Navegantes _ a bacia de evolução _ só será possível no início do ano que vem.
O Governo do Estado promete entregar a obra em novembro, mas ainda faltará concluir a simulação das manobras, para que a Marinha autorize aumentar o limite de tamanho para os terminais.
A Superintendência do Porto de Itajaí (SPI) assinou na semana passada a ordem de serviço para dar início aos estudos teóricos, simulações náuticas e treinamento com os profissionais da Praticagem, que manobram os navios.
O consórcio Technomar, formado pela brasileira I4Sea e a holandesa STC, venceu a licitação internacional.
A primeira fase do trabalho, que vai durar 30 dias, inclui a instalação de equipamentos para medir correntes, ventos e ondas. Depois serão preparadas as simulações, que ocorrerão em duas fases.
A primeira, chamada de “simulação de engenharia”, será feita pela Praticagem em São Paulo entre novembro e dezembro deste ano. Nesta etapa, é avaliado o traçado escolhido para a manobra.
Na segunda fase, todos os 17 práticos que atuam em Itajaí e Navegantes deverão ser treinados para executar a manobra. As simulações serão feitas em Roterdã, na Holanda, entre janeiro e fevereiro do ano que vem. Só depois a manobra passará pelo crivo da Marinha.
A bacia de evolução já havia passado por testes preliminares em 2012. No entanto, o projeto original foi alterado e exigiu novas avaliações.
A abertura da nova bacia de evolução abrirá espaço para a chegada de navios maiores e mais carregados aos terminais portuários de Itajaí e Navegantes, que hoje recebem embarcações com até 305 metros de comprimento.
As obras começaram em 2016, com três anos de atraso, e deveriam ter ficado prontas em maio deste ano.
Pallas
A manobra simulada na nova bacia de evolução de Itajaí levará em conta o local onde está naufragado o navio Pallas, que participou da Revolta da Armada e afundou no canal de acesso aos portos, no final do século 19.
Como a Marinha ainda não autorizou a retirada dos escombros _ e só depois da autorização será possível licitar o trabalho _ a bacia vai “desviar” da área onde está o navio. A intenção é dragar o local depois que a embarcação tiver sido retirada.
Fonte: NSC | Foto: Luiz Carlos Souza/Arquivo Pessoal